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Citros têm produção impactada pelas chuvas no Rio Grande do Sul

por Ana Lúcia Jacomini

Estima-se redução de produtividade, em algumas regiões, entre 30% e 35%

Foto: Paulo Ricardo Sartori/Emater

Pomares de laranjas e bergamotas produzidas no Rio Grande do Sul, muitos em colheita, foram atingidos pelas intensas chuvas nos últimos períodos e ainda sofrem com a alta umidade no solo. Essas produções têm apresentado carga e frutos pequenos, com rachaduras na casca, aumentando as perdas, inclusive com redução da produtividade.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater nesta semana, muitos frutos foram afetados por doenças, que causaram estragos. Também há incidência de ataques de mosca-das-frutas nos pomares de citros na região de Santa Rosa, onde estão em fase final de maturação, em plena colheita e comercialização as bergamotas Okitsu, Ponkan, Satsuma e comum, bem como as laranjas de umbigo, do céu e sanguínea. As plantas novas sofrem ataques de pulgão nas brotações e de larva-minadora nas folhas. 

Na região de Frederico Westphalen, devido às chuvas excessivas e aos dias nublados e de alta umidade, está ocorrendo queda de laranja e bergamota. Estima-se redução de produtividade entre 30% e 35%. Atualmente, os pomares encontram-se no estágio final de desenvolvimento e início de maturação dos frutos das variedades de ciclo médio e tardio. As variedades de ciclo precoce, como Laranja de umbigo Bahia, de suco Iapar 73 e Salustiana, estão em plena colheita e comercialização. Há perspectiva de aumento no valor pago ao produtor, se a qualidade industrial melhorar.

Na de Caxias do Sul, seguem os levantamentos e mapeamento das áreas atingidas e de perdas nos municípios produtores. Diversos acionamentos de Proagro estão sendo verificados. Os agricultores não estão conseguindo acessar suas propriedades para realizar os tratamentos fitossanitários, quer seja pelo encharcamento do solo, quer seja por deslizamentos de terra, que estão bloqueando as estradas. Ocorre queda de frutos em bergamota Caí, Pareci e Ponkan. Os frutos de variedades mais tardias, como Montenegrina, Rainha e Murcott, que ainda estão em crescimento, apresentam rachaduras na casca e polpa, aumentando as perdas.

Quanto à produção de laranja, há baixa carga de frutos em razão de problemas nas fases de floração e fixação. As variedades mais precoces, como laranja do céu, estão em maturação e colheita. Na região de Erechim, na cultura da laranja, ocorreram perdas nas áreas inundadas na beira dos rios, principalmente em Itatiba do Sul e Erval Grande. Ainda resta laranja precoce a colher (Iapar, Salustiana, Rubi, Umbigo Navelina e Bahia).

SAFRA DE GRÃOS

Soja - As áreas remanescentes de soja, ainda sujeitas à colheita, localizam-se predominantemente na metade Sul do Estado. Porém, o novo período de condições climáticas adversas dificultou a operação, e a área colhida avançou 3% em relação à semana anterior, atingindo 94% no Estado, estando ainda 6% das lavouras em maturação. Apesar da disponibilidade de plataformas flexíveis na maioria das colhedoras, a função está comprometida pela instabilidade do solo, especialmente nas áreas implantadas pelo sistema convencional com gradagem. Essa situação resulta em perdas significativas, além dos danos por debulha natural, germinação nas vagens, apodrecimento dos grãos e durante o processo de colheita.

Milho - A umidade e a nebulosidade ainda dificultam a colheita do milho em grande parte das lavouras, já que os grãos não atingem a maturação nem o teor de umidade necessários para a operação. Nas regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Central e Campanha ocorreram danos qualitativos expressivos, que praticamente inviabilizam o uso e a comercialização dos grãos colhidos: muitas ocorrências de fungos, micotoxinas e germinação na espiga. Em razão das adversidades, a colheita de milho avançou apenas 1% em relação à semana anterior e atingiu 93% da área cultivada no Estado. Restam ainda 6% das lavouras em maturação e 1% está em enchimento de grãos.

Milho silagem - A colheita prosseguiu nas regiões menos afetadas pelas chuvas, especialmente no Planalto Médio. Nas regiões Sul e Campanha, a atividade foi inviabilizada pela recorrência de chuvas. A operação aproxima-se do final. As poucas lavouras remanescentes deverão sofrer redução de volume e de qualidade da massa vegetal a ser ensilada, em função do tombamento de plantas e do atraso na realização da colheita, provocados pelas chuvas e pelo excesso de umidade, desde o início de maio.

BOVINOCULTURA DE LEITE - O declínio na produção de leite é evidente em razão da escassez de pastagens, causada pelo clima desfavorável, o que leva os produtores a recorrerem à suplementação alimentar para manter o estado corporal dos animais. Há problemas em relação ao esgotamento dos estoques de alimentos, ao agravamento do barro causado pelas chuvas intensas e às dificuldades de acesso a locais de ordenha e de alimentação. Além disso, as baixas temperaturas e os danos nas pastagens e silos estão contribuindo para o estresse dos animais e impactando na produtividade leiteira. Desafios adicionais trazidos pelas condições climáticas adversas incluem a umidade excessiva do solo, problemas de saúde, como mastite, e manejo adequado.

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