Sofrer com o outro é diferente de sofrer pelo outro
Proteger o outro, que ao nosso lado segue, não significa impedi-lo de sofrer. Muitas vezes, adiar o sofrimento de quem não queremos que sofra não é a melhor receita para que ele aprenda. É adiar o seu aprendizado, que em algum momento vai ter que ser concretizado, absorvido. Quando protelado, torna-se mais difícil compreendê-lo e, assim, o tempo vai passando, o aprendizado não vai se construindo e o indivíduo fica cada vez mais distante do que precisa ser assimilado e transformado.
Poupar... poupar é pagar com outras coisas. Pagar com a ignorância emocional do outro. Pagar com mais sofrimento pelo adiamento, pela venda que se impõe diante dos olhos e com a angustia da não compreensão daquele que tentamos colocar no não-sofrimento.
Provocar o sofrimento de alguém é muito diferente de não deixá-lo aprender com suas próprias dificuldades. Proteger para que o mal não atinja quem não queremos que seja ilusoriamente prejudicado nem sempre cabe a nós e pode ser que o impeça de crescer emocionalmente.
Devemos ter claro que todos nós vivemos situações difíceis. E que as pessoas que amamos também passam por aprendizados complicados. Existem os que se acolhem diante das dificuldades e os que se encolhem – que nós escolhamos permanecer no primeiro time.
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