Reaprender as coisas que desaprendi
Preciso reaprender coisas que desaprendi. Que nunca soube fazer direito. Que esqueci. Resgatar o que não vivo mais, lembrar de sensações diversas que ficaram para trás. Como me sentia em certas ocasiões, como vivia, como era leve...na beleza do simples, do suave, da lembrança de quão meus eram os dias...
Andar na rede, esperar o “pão com olhinhos” ficar pronto, queimar o tortéi na chapa do fogão...o balanço na árvore, o nadar no rio, o brincar de pega-pega nas noites de luar, na rua com os amigos da vizinhança; amigos que deixei a vida afastar... Coisas de criança que ficaram para trás. Hoje sinto necessário resgatar essa criança livre que se perdeu no caminho, dentro de mim...
Ver meu pai ensinar minhas filhas a jogar cartas, minha mãe fazer vestidos para as bonecas das netas e eu me deliciando com esses olhares, ou melhor, hoje, com essas recordações.
Voltar ao simples, a essência de ser quem era, à leveza da alma... tudo isso hoje tem outro sabor, outro valor.
Percebo que desaprendi, com o tempo, a andar devagar... e agora precisava resgatar; por mim, pela vida que fluí ao meu redor, enquanto os da casa se divertem jogando cartas, resgatando o mesmo que aprenderam com o avô, e eu observando, revivendo memórias, a me divertir...
Andar na rede sem me preocupar com a lista de afazeres que viriam após, até porque o após, nesse momento, é esperar tudo passar...
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