Mariazinha do passo certo
Mariazinha que pode ser Joaninha, Ritinha, Clarinha, Neusinha, ou outra inha qualquer, mas que queria ser amada por todos...
Obediência era seu lema, ou a única coisa que aprendeu, que ainda sabia... seguia os passos da mãe que não se olhava e superficialmente vivia... Imitou tudo que não compreendia e tristemente permanecia...
Na penumbra de seus dias, tudo era o outro, ela não existia. Sim, as mulheres da família viveram um triste abandono, ainda não tocado. Mas que palpitava dentro delas e das gerações por onde tinham passado, e hoje no mesmo formato, se encontravam.
Passaram-se dias, meses, anos, e a história, agora com outros personagens se repetia. E ela vivia olhando para trás, para o outro, assumindo para si que não existia, que não era importante... Só o outro sabia, e a isso ela erroneamente se rendia.
Nesse momento se questionava: Passo certo para quem? Nem ao menos sabia como se sentia e em que acreditava – precisa iniciar novamente. Curar seu passado, e em como ele se calejava dentro dela. Dar a responsabilidade a cada um que ali esteve, afinal, não podia carregar tudo sozinha...
Calejava seu ego, massacrava-se numa triste melodia. Olhava com o canto do olho, esperando um afago, uma acolhida, uma nova melodia.
Mas um dia, num grito de liberdade se lançou... Visitou suas profundezas, organizou-as. Deu a responsabilidade a cada um dos que por ali passou e seguiu leve, tranquila sua nova vida...
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