Ele ia seguir junto de si
Ele esqueceu que quem ia seguir sempre junto dele era ele mesmo... e assim foi com a vista embaçada, o humor instável, e tudo que fazia parte dele e das suas reminiscências... Carregou consigo também seu sem valor, seu olhar distorcido, seus vícios amarrados, seus resmungos e o se sentir melhor que qualquer outro... tudo bem junto de si.
Seguia culpando o outro por tudo que não conseguia acomodar dentro de si. Despejou duras e pesadas palavras que simbolizavam o quando estava longe de se encontrar e do encontro com o outro também.
Num rompante com o olhar equivocado de antes, seguia, no automático, sem buscas nem conquistas, correndo para lugar nenhum, fazendo sem parar o sem sentido e sem direção...
Entre fragmentos de tempo voltava a lucidez a lhe assombrar, e mostrar que o endereço das contradições não era o outro, mas era seu distorcido olhar e tudo que não conseguia direcionar...
Só ele não enxergava que deixou o melhor esquecido, não aprendido, não visto dentro de si, isto é, foi o que deixou para trás, para ser recordado, enaltecido, lembrado...
Carregava num impulso de confusão, o que julgava bom, mas aos poucos o que pensava ser o melhor se mostrava o pior, descobria o que não mais conseguiria modificar e nem aproximar...
Comentários