Contradições no andar
Uma mãe que controlou demais até perder o controle. Sufocou, não deixou decidir, deixou impotente, monitorou atitudes, sentimentos e pensamentos... Até que o filho fugiu do seu controle e não sabia o que fazer, como fazer, como se direcionar... Pois não aprendeu a se virar...
Um pai que se colocou de menos, e deixou um espaço, uma brecha para os sentimentos e os pensamentos do filho, e estes se perderam junto com quem esse pai mais amava...
Um amigo que só enxergava a si mesmo, tudo necessitava girar ao seu redor, só via o outro como possibilidade do que desejava alcançar... Até que o amigo percebeu a relação doentia que se envolvia mais, mais e mais, e assim, lutou para se desvencilhar...
Um amor pegajoso que não deixava respirar, impunha, se atrapalhava, invadia... não deixava o outro respirar, ter voz, ter o controle dos seus sentimentos e pensamentos... Até que esse amor se assustou e aprendeu o que era realmente amar...
Qual se perdeu mais? Mais, menos, de que importa, se nasceram e morreram aprendendo apenas contradições. Precisavam ir a caminho da restituição.
Todos eles para se refazer viveram situações difíceis e num mundo de solidão imposta se deixavam levar - vivendo um vazio imenso num lugar cheio de gente...
Filhos de contradições nasceram...amigos de não referência se construíram, amores confusos existiram... Assim, todos eles, atrapalhados se deixaram levar até que cada um, individualmente, assumiu o seu lugar a sua posição e colocou os outros no seu devido lugar...
Na linha do equilíbrio se viram seguir... um passo a mais, um a menos, e assim iam conquistando um novo sentir/agir...
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