Cicatrizes presentes
Novas e velhas cicatrizes se juntam na encosta da vida, se mesclam, se misturam, uma entra na outra, invadem espaços, se sobrepõem. Fica difícil saber por qual choramos e qual dói mais naquele momento...
Quando o coração aperta, a vida perde o brilho, a amargura toma conta, é a dor que clama por um novo ressignificar, um novo olhar. Amparar a dor presente é acolher a aflição de outrora. Dores que se misturam à procura de um novo direcionamento, um novo jeito de cuidar e compreender.
Plantio e colheita a se integrar. Ou melhor, plantio que se observa, colheita que não vem, que se torna inexistente, deixa marcas e dores a suavizar. Sinais que se mostram presentes. Restos que necessitam ser sarados, cuidados, para não construir um desamparo ainda maior.
Quando algo ruim acontece nos remete a aflições sofridas, seja do passado ou do presente, mas que escondidas permanecem até que apareçam, devagar ou num rompante. Confundem-se no espaço em contato com outros sofrimentos, mas, principalmente, internamente procuram um lugar para se reacomodar.
Novas e velhas dores a se misturarem, em novas e velhas mágoas a acolherem e transformarem, novos vestígios do amargor sentido a serem suavizados.
Novas e velhas maneiras de se restaurar, de dar um novo sentido para: vivências difíceis, desamparos sentidos, abandonos presentes que constantemente invadem a vida da gente.
Assim, vamos nos reacomodando, na transformação da vida, que acontece em todo lugar, mas principalmente dentro de nós.
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