Aumentou o calor e o frio, por que fatores?
As mudanças climáticas é uma questão que tem intrigado a ciência e o meio científico. As alterações naturais globais são cadastradas e estudadas há décadas e até o presente momento ainda não há conclusões definitivas. Quais os fatores das mudanças climáticas? Os naturais? Os antrópicos? Os cientistas se perguntam: aquecimento global ou nova era glacial? O estudo com as decisivas conclusões desafia a ciência e o campo científico.
Quanto aos fatores naturais, cientistas afirmam que desde a formação do Planeta Terra, tem ocorrido as mudanças climáticas. O clima é extremamente dinâmico que está associado a fatores internos quanto externos. Uma das questões observadas é a mudança que ocorre de forma homogênea ou em todas as partes do mundo e que paralelamente se aquecem ou esfriam.
O doutor em Geografia Física e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Bueno Conti escreve que a elevação da temperatura global vem ocorrendo e é indispensável avaliar as causas com base numa investigação abrangente. Investigação que leve em conta a ação antrópica, representada pela liberação intensa de gases de efeito estufa, derrubada das florestas tropicais, superexploração da natureza desconsiderando os princípios da sustentabilidade. Bem como, olhar as práticas predatórias e os processos naturais de microescala, incluindo os da esfera geológica e astronômica.
O professor está afirmando que a mudança climática envolve um dinamismo mais complexo do que a simples elevação da média térmica, mesmo porque o clima não se define só pela temperatura. A reação em cadeia que se estabelece a partir do aquecimento deve ser avaliada em profundidade. A alteração do perfil climático do globo, manifesta-se sob forma de tendências, rupturas e ciclicidades, isto é observado e documentado em relevos residuais, em depósitos sedimentares, em paleossolos, em formação vegetais relictuais e de registros meteorológicos disponíveis desde o século XVII.
Pesquisadores entendem que o clima é um sistema complexo, regulado por múltiplas interações entre a atmosfera, o oceano, a hidrosfera, a criosfera e a biosfera. O clima tem sofrido, desde a constituição da atmosfera terrestre, alterações em diferentes eras geológicas, estando em permanente transformação e dinamicidade como os demais sistemas da natureza. Segundo a Teoria da Tectônica Global, a configuração dos continentes alterou-se pelos constantes deslocamentos das placas litosféricas, desde a época da Pangeia, isto é, a 200 milhões de anos atrás. Em outras palavras, a mudança climática ocorre também pelo fator natural do próprio Planeta Terra.
Entre os fatores naturais, há atividades vulcânicas que emitem por meio das erupções uma grande quantidade de gases e cinzas à atmosfera. Este material afeta o equilíbrio climático de todo um hemisfério, principalmente os processos de absorção, transmissão e reflexão de energia solar. O estudo dos vulcões é extremamente essencial para entendermos as mudanças climáticas.
Neste emaranhado de questões que interferem na mudança climática há também os chamados fatores antrópicos que correspondem a uma ação realizada pelo homem, provocando impactos ambientais. A ação do homem ao longo dos séculos tem alterado consideravelmente o ambiente natural, por relações produtivas e econômicas, desconsiderando o meio ambiente. O modo produtivo tem uma grande interferência no Planeta Terra.
Para os Institutos de Pesquisa Ambientais, a elevação das temperaturas no planeta é causada pelo aumento de gases na atmosfera, principalmente, o dióxido de carbono que corresponde a cerca de 60% das consequências detectadas, provenientes de atividades antrópicas. O aumento de gases como o dióxido de carbono intensifica o efeito estufa natural e, em decorrência, as temperaturas médias até o final deste século, poderá ficar mais elevada entre 1,5ºC e 6,0ºC. Esta mudança acarreta um aumento no nível dos oceanos de até 60 centímetros.
Em suma, para os cientistas e pesquisadores as mudanças climáticas precisam ser distinguidas em seus níveis de escalas: as que ocorrem na escala geológica de tempo em milhares e milhares de anos; daquelas que ocorrem num curto período de tempo em anos, décadas e séculos. Esta segunda é mais perceptível à escala humana, como caracterizar os períodos de frios, os períodos quentes e o tempo destes períodos. Em cada 100.000 anos, 80% prevalecem temperaturas mais baixas, enquanto o restante, por temperaturas mais elevadas. A temperatura média global tem aumentado desde o final da Pequena Idade do Gelo, século XIX, principalmente nos últimos trinta anos.
No diagnóstico da ciência, os gases do efeito estufa alteram a composição química da atmosfera, tornando-se um dos fatores para as mudanças climáticas. A relação entre o aumento de temperatura e a emissão de gases- estufa é comparável. Um exemplo ocorrido em décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial, quando o processo de industrialização se alastrou por toda parte do mundo e, consequentemente, aumentou a concentração de gases poluentes na atmosfera.
Nos encontramos no final de um período interglacial (mais quente), que começou há cerca de 15.000 anos. Os modelos paleoclimáticos direcionam-se para a chegada de uma nova era glacial não evidenciados pelos atuais recordes de calor nos verões, mas sim, pelos recordes de frio dos invernos.
O Planeta Terra manifesta seus sinais de desequilíbrio ambiental como do calor extremo que matou 550 muçulmanos durante a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, no mês de junho. Nesse período do início do verão no Hemisfério Norte a temperatura ultrapassou os 50º C. Na Índia, a capital Nova Déli, registrou um recorde com 38 dias consecutivos com temperatura acima de 40ºC. Na Itália, ativistas do Greenpeace usando câmeras térmicas infravermelhas para medir o calor nos principais pontos turísticos de Roma, como no Coliseu, no Vaticano e na estação ferroviária Termini, constaram que ultrapassou os 50ºC no dia 20 de junho.
A mudança climática que provoca períodos de calor e frio intenso exigem da ciência e do meio científico um trabalho de observação e interpretá-la corretamente. Numa situação totalmente diferente desta questão, Jesus criticou as multidões que sabiam observar o movimento das nuvens, do sol e do vento, mas incapazes de interpretar o tempo presente ou incrédulas com a sua pessoa e sua mensagem (Lucas 12,54-56).
É impossível interpretar o fenômeno da mudança climática pelas aparências da terra e dos céus. Há algo mais a ser desvendado. A atitude inteligente é não permanecer indiferente a este fenômeno e trabalhar para que a ciência chegue a conclusões definitivas e indique o caminho do equilíbrio do sistema do Planeta Terra, para evolução do meio ambiente e da humanidade.
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